Marina Silva vem ao ES amanhã para ato cristão ecumênico pró-Lula em Vitória

Celebração Cristã Pela Democracia e Pela Paz está marcada para às 17h na Praça dos Desejos em Vitória.

26 de outubro de 2022
atualizada em 26 de outubro de 2022
Marina declarou apoio é candidatura de Lula em setembro, ainda antes do 1º turno. Foto: Divulgação/Ricardo Struckert
Marina declarou apoio é candidatura de Lula em setembro, ainda antes do 1º turno. Foto: Divulgação/Ricardo Struckert

Uma das lideranças nacionais da Rede Sustentabilidade, a deputada federal recém eleita por São Paulo, Marina Silva, tem agenda marcada no Espírito Santo nesta quinta-feira (27). Ela participará de ato pró-Lula (PT) na Praça dos Desejos em Vitória.

Com o slogan ‘Celebração Cristã Pela Democracia e Pela Paz’, o evento está previsto para acontecer às 17h na Praça dos Desejos ligadas à coordenação da campanha de Lula no ES, informaram que haverá no local um culto ecumênico, que também vai celebrar o aniversário de 77 anos do petista. Marina deve discursar em favor da candidatura do ex-presidente ao Planalto. Antes disso, a redista deve se reunir com lideranças locais de seu partido.

Marina, que foi Ministra do Meio Ambiente entre 2003 e 2008 nas gestões de Lula, declarou apoio à candidatura do ex-presidente ainda em setembro. A atitude pôs fim à uma série de rusgas que se sucederam entre as duas lideranças políticas após a saída de Marina do governo do petista em 2008. Tanto que neste 2º turno a redista tem participado de diversos atos públicos pela recondução de Lula à presidência no embate contra a extrema direita liderada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

Assembleia de Deus e Renato Casagrande

Membro da igreja Assembleia de Deus, Marina não deve contar com apoio de lideranças da instituição no ato de amanhã. É que dirigentes nacionais da igreja são declaradamente bolsonaristas. Inclusive a Assembléia de Deus tem sido acusada de ameaçar com ‘medidas disciplinares’ fiés e pastores que defendem pautas consideradas de esquerda, conforme reportagens publicadas no início de outubro em jornais de grande circulação nacional, como Folha de São Paulo e Correio Braziliense. E mais: foi num templo da instituição em São Paulo que, no dia 04 de outubro, Bolsonaro fez seu primeiro ato de campanha no 2º turno.

Inicialmente esperava-se que o candidato à reeleição ao governo do ES, Renato Casagrande (PSB), fosse ao ato na Praçados Desejos. Mas a campanha do governador divulgou que ele não poderá ir por conta de agenda, uma vez que nesta quinta-feira à noite participará de debate na TV Gazeta. E precisará se concentrar na preparação. Casgrande disputa contra o bolsonarista Carlos Manato (PL), que também deve ir ao debate da TV Gazeta.

Mas há quem interprete que a ausência do governador no ato pró-Lula também seja por estratégia política. É que há lideranças e eleitores bolsonaristas capixabas alinhados com Casagrande. Se por um lado o governador já tem o apoio das forças locais da esquerda, por outro esticar demais a linha contra Bolsonaro pode não ser prudente a esta altura, uma vez que o atual presidente venceu a eleição no ES no 1º turno, lidera nas intenções de voto por aqui e tem um aliado – Manato – tentando virar o jogo contra Casagrande na corrida pelo Palácio Anchieta.

Audifax fora da Rede

Outra ausência dada como certa no ato com Marina é a do candidato a governador pela Rede, Audifax Barcelos. Derrotado no 1º turno, o ex-prefeito da Serra e ex-deputado federal, acabou anunciando sua saída da Rede, declarando apoio à candidatura de Manato após o pleito de 2 de outubro.

Numa ponta, a atitude de Audifax gerou estranheza por conta da sua trajetória, uma vez que sempre esteve em partidos de esquerda: foi filiado ao PT, ao PDT, ao PSB e à Rede. Mas, na outra ponta, para quem acompanha de perto a disputa política no município da Serra, terra de Audifax, não foi surpresa. É que seu principal adversário político, o prefeito Sérgio Vidigal (PDT), é aliado do governador Casagrande.

Ícone mundial da preservação da Amazônia

Nascida em 08 de fevereiro de 1958 no Acre e de origem humilde, Marina Silva iniciou sua trajetória política trabalhando com Chico Mendes, sindicalista e seringueiro que virou ícone internacional na luta pela proteção da Amazônia. Chico foi assassinado por grileiros em Xapuri, também no Acre, em 1988. O crime teve repercussão mundial.

Marina foi vereadora, deputada estadual e senadora pelo PT do Acre. Em 2003 aceitou o convite do então presidente Lula para assumir o Minstério do Meio Ambiente, onde ficou até 2008. Em 2009 se filiou ao PV. Em 2010, ficou em 3º lugar na corrida presidencial com 19 milhões de votos. Em 2014, pelo PSB, assumiu a candidatura de Eduardo Campos, morto em acidente aéreo. Ocasião em que obteve 22 milhões de votos e, novamente, a 3ª colocação na disputa.

Liderou a criação da Rede Sustentabilidade, obtendo o registro da legenda em 2015. Em 2018 voltou a disputar a presidência, mas desta vez obteve pouco mais de 1 milhão de votos. Agora, em 2022, conseguiu se eleger deputada federal por São Paulo, contabilizando 237 mil votos.

 

 

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