Aterro destrói parte de manguezal do rio Reis Magos em Praia Grande

Agressão ambiental está acontecendo perto da Ponte Velha que liga o balneário de Fundão à Nova Almeida, na Serra.

5 de setembro de 2022
atualizada em
O aterro começou a ser feito no sábado (03) ao lado de uma estação elevatória de esgoto. Foto: Divulgação
O aterro começou a ser feito no sábado (03) ao lado de uma estação elevatória de esgoto. Foto: Divulgação

Uma área de manguezal do rio Reis Magos está sendo aterrada em Praia Grande, Fundão. A situação está acontecendo na Av. Linhares, a cerca de 80 metros da Ponte Velha que liga o balneário à Nova Almeida, na Serra. O aterro é ao lado de uma Estação Elevatória de Esgoto Bruto (EEEB) da Cesan.

Sob a condição de não ter o nome divulgado, um morador da região disse que um caminhão caçamba descarregou pelo menos três vezes terra misturada com entulho no terreno no último sábado (03).

Embora haja ocoupações urbanas consolidadas ao longo da Av. Linhares – que liga a Rodovia ES 010 à Ponte Velha entre Praia Grande e Nova Almeida – no local ainda existem fragmentos de manguezais bem preservados. Principalmente no entorno do canal do rio Reis Magos. É justamente nesta parte que o aterro está ocorrendo.

Segundo o parágrafo VII do artigo 4º da Lei Federal Nº 12.651/2012 (Código Florestal), o manguezal em toda sua extenção é Área de Preservação Permanente (APP).

Sujeitos a inundações diárias com a variação da maré, o manguezal é um ecossistema onde se encontra água doce e salgada. É área de reprodução de peixes de rio e de mar, além de abrigar diferentes tipos de caranguejos, dentre eles o ameaçado goiamun. Também é lar de aves, répteis, mamíferos, moluscos, flora típica e outras espécies fundamentais para o equilíbrio ecológico da costa, ajudando a proteger o litoral contra erosão.

Polícia Ambiental e Prefeitura de Fundão

A reportagem solicitou um posicionamento da Secretaria Municipal de Obras e Desenvolvimento Sultentável de Fundão, que é o órgão do município responsável pela fiscalização ambiental. E também enviou questionamento à Polícia Ambiental.

Caso obtenha retorno das instituições esta publicação será atualizada.

imagem de
Bruno Lyra
Jornalista especializado em coberturas ambientais e professor de geografia
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