Teoria da Conspiração? Os infiltrados.

Por que não imaginar que milícias e outros grupos criminosos não estariam usando estratégia parecida para dominar o Brasil?

21 de março de 2021
atualizada em 25 de julho de 2021

Vamos fazer um exercício de lógica? Vou resumir uma teoria do que poderia estar em curso no Brasil. Será? Eu gosto de partir da premissa que sendo possível, é melhor ficar de olho e prevenir. Ao final do texto eu esclareço minha preocupação.

Você já leu o livro "O Papa Negro"? Basicamente, é uma versão da história de como surgiram os Jesuítas e a estratégia que os teria levado ao topo do poder mundial. O relato da trama é muito interessante e a lógica descrita usada por Inácio de Loyola para se infiltrar no poder com objetivo de dominar o mundo instigante. Não é nosso objetivo discutir a veracidade, ou não, do relato contido na obra citada.

Segundo o autor, Loyola era um dos dez Grau Máximo da Maçonaria. Como os Templários, à época, a Maçonaria era um tipo de exército cristão, a inteligência policial da Igreja Católica Romana. Portanto, seria uma extensão da Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, conhecida como Cavaleiros Templários.

Conta o relato, que em uma Cruzada Loyola ficou gravemente ferido. Teria sido encontrado por freiras e socorrido para um convento. Esteve por longos dias muito mal não tendo forças para falar ou mesmo ficar de olhos abertos. Porém, Loyola era capaz de ouvir tudo que as freiras conversavam próximas de seu leito.

O moribundo atento e absorvendo tudo que acontecia à sua volta e guardando em sua mente prodigiosa, imaginou e arquitetou uma maneira sagaz de desvendar os mistérios da realeza e chegar ao máximo do poder político. Inácio compreendeu, que através das confissões ele poderia saber de tudo que acontecia nos recônditos palacianos e usar essas informações como moeda de troca para neutralizar qualquer um que almejasse se colocar no seu caminho e, também, como subsídios para elaborar suas estratégias de ataque e conquista.

Quando melhorou, Loyola voltou à sua cidade e foi à reunião de cúpula da maçonaria. Cuidadosamente, explicou seu plano muito bem elaborado. O plano consistia em formar padres e prepará-los para subir o máximo possível na hierarquia da poderosa ICAR (Igreja Católica Romana) e usá-los como infiltrados para ouvir os segredos mais sórdidos relativos à realeza. Em poucos anos, segundo o plano de Loyola descrito no livro, eles conquistariam o poder não por força e nem por violência, mas pela astúcia, chantagens e engano.

A maçonaria não teria abraçado a causa, mas uma ala do grupo aceitou fazer parte dos engenhosos planos de Loyola. Nesta altura, o próprio Loyola já havia se fingido de convertido para as freiras. Depois de organizados e planos traçados, Loyola voltou a ICAR com seu grupo de maçons, agora, denominados Jesuítas, a Companhia de Jesus. Esses jovens encheram as cadeiras da Universidade de Paris e começaram a construir suas bases. De fato, uma nova mentalidade e mudanças nos paradigmas católicos foram marcas da influência dos Jesuítas.

Seguindo o relato de "O Papa Negro", pouco tempo mais tarde os Jesuítas já formavam uma rede de padres influentes e Loyola era o mais notável dentre eles. Por anos, ficaram ouvindo confissões e usavam essas informações privilegiadas para chantagear e construir seus planos de poder. Loyola criou um poder político paralelo dentro da ICAR e teria logrado êxito. Nesta altura, sugiro a você que lê estas letras, relembrar a transição na história da idade média, do obscurantismo, para a idade moderna e perceberá que toda essa narrativa é bem plausível. Mas não é a história em si que nos interessa, mas a fascinante estratégia relatada na obra em questão.

Planos em curso, os Jesuítas conseguiram chegar ao topo do poder na ICAR e das mais altas cortes. Com infiltrados em todas as principais instituições eles começaram a governar o mundo de forma paralela e perfeitamente eficiente. Os Jesuítas assumiam cargos e criteriosamente instruídos, se tornaram parte de um plano maior e oculto de dominação.

Conta o autor, que Loyola teria sido o primeiro Papa Negro da nossa história e que essa figura do Papa Negro ainda existiria em nossos tempos. Negro, porque esse seria o papa que se veste de preto e que, estrategicamente não é conhecido do público, mas seria quem realmente tem o poder e superior ao Papa que se veste de Branco.

Se essa história tem algum fundo de verdade, eu realmente não sei, o livro indica que sim. Teorias a parte, verdade ou ficção, a trama em si parece perfeitamente factível, você concorda? E se é factível, por que não imaginar que milícias e outros grupos criminosos não estariam usando da mesma estratégia para dominar o Brasil? Vamos colocar um pouco de verdade e fatos na nossa hipótese?

Lembro-me de ter ouvido declaração de um general sobre as FFAA estarem infiltradas. Você se lembra dos 39 kg de cocaína na comitiva presidencial? Em reportagem do R7 é descrito o movimento dos infiltrados nessas instituições. O artigo trata do desvio de armamento para as facções do tráfico: "Processos revelam que esquema começa com a cooptação de militares de baixa patente, passa por oficiais e termina na cúpula das facções".

E se o mesmo estiver acontecendo na política brasileira? Trago como referência episódios recentes relatos pela reportagem da Isto É. A matéria descreve sobre o assassinato de um vereador de Caxias (RJ): "De acordo com a Polícia Civil, Danilo era suspeito de ser chefe de um grupo de extermínio. Segundo as investigações, ele teria ordenado a morte de dois homens em junho do ano passado. O parlamentar também era investigado por constituição de milícia, esbulho possessório (grilagem de terras), extorsão e ameaça".

E a matéria continua: "Sexto candidato mais votado da cidade, Danilo deve ser substituído pela cirurgiã-dentista Fernanda da Costa, filha do traficante Fernandinho Beira-Mar. A parlamentar já ocupava o cargo provisoriamente no lugar de Fernando Lélis, que foi nomeado como secretário de Serviços Públicos na Prefeitura de Caxias."

Se paramilitares, milicianos e outras facções estiverem usando a mesma estratégia descrita no livro citado, é bem possível que estejamos num processo de dominação de poderes ocultos e criminosos. Poder e dinheiro eles já têm, restaria organizarem seus grupos para se infiltrarem em nossas instituições e lá de dentro comandarem a política e outros poderes em favor de suas ambições. Será? É bom que a gente pense nisso e se preocupe em fortalecer nossas instituições contra esses infiltrados e ficarmos mais atentos com o processo eleitoral, nossos votos e acompanhar o mandato dos eleitos.

imagem de
Carmem Barcellos
Comendadora Augusto Ruschi, técnica em Meio Ambiente, graduada em Administração com habilitação em Marketing, pós-graduanda em Gestão Pública, bancária, eterna aprendiz e artista por vocação
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