O voto impresso é mais seguro?

O voto impresso é extremamente propício a fraude, a desinformação e ainda enseja que "coronéis" exerçam desmedida pressão em Currais eleitorais

Alexandre Gossn
15 de agosto de 2021
atualizada em

O presidente da República se celebriza por criar panaceias. 

Nióbio, excludente de Ilicitude para ações policiais com mortes, armamento generalizado da população para enfrentar os problemas de segurança pública, spray nasal para combater a Covid-19, Ivermectina, Cloroquina e muitas outras efemérides.

A última é o voto impresso. 

A ideia subjacente ao disparo constante destas propostas exóticas e inócuas é clara: erigir cortinas de fumaças, justificar uma provável derrota eleitoral e também tentar pautar a opinião pública de modo a evitar enfrentar os temas realmente relevantes, onde em seu governo reina a inépcia.

Mas isso não significa que o voto impresso não mereça uma resposta. 

O Brasil foi um dos maiores celeiros de fraudes e votos de cabresto por décadas e mais décadas, justamente porque não existiam ferramentas eletrônicas.

O voto impresso é extremamente propício a fraude, a desinformação e ainda enseja que "coronéis" exerçam desmedida pressão em Currais eleitorais. 

As próprias milícias teriam amplo poder para "pedir" recibo de algum modo segundo o tipo de impressão que teríamos. 

O curioso é que o movimento que alçou o presidente ao cargo - ensejando sua eleição - é um dos mais eletrônicos do mundo. Ninguém dominou tão bem o ambiente informal das redes, nenhum político tem tantos seguidores nas redes sociais brasileiras quanto o presidente e seus aliados (e também robôs, ok) e não há ainda político no atual cenário nacional com tanta capilaridade "internética".

O fato é que o presidente tenta nos pregar uma peça, senão vejamos: 

- não usamos extratos bancários impressos há décadas;

- não usamos boletins escolares impressos há anos;

- não emitimos mais fisicamente diversos tipos de notas fiscais;

- até mesmo exames médicos e documentos veiculares são eletrônicos atualmente;

O que o TSE deve fazer é continuamente aprimorar a votação eletrônica e sua auditagem de forma a manter uma votação limpa e uma apuração rápida, o que passa longe de retroceder a um tempo (com voto impresso) onde as fraudes reinavam de braçada.

*Alexandre Gossn é Escritor e Divulgador científico, Pesquisador e Urbanista, Mestre em Direito Ambiental e Advogado

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